Em entrevista à CARAS Brasil, Alessandra Paula, especialista em aleitamento materno, ainda informa o que se deve fazer durante o processo desafiador
Publicado em 13/05/2025, às 18h05 - Atualizado em 16/05/2025, às 08h05
A equipe da apresentadora Tati Machado (33), que perdeu o bebê na reta final da gravidez, comunicou na terça-feira, 13, que Rael, fruto do casamento com o cineasta Bruno Monteiro (34), sofreu uma parada dos batimentos cardíacos. "Infelizmente, foi constatada a parada dos batimentos cardíacos do bebê, por causas que ainda estão sendo investigadas", diz um trecho da nota.
Em entrevista à CARAS Brasil, a fisioterapeuta Alessandra Paula, especialista em aleitamento materno e cuidados com recém-nascidos, explica o que acontece com a produção de leite após aborto no último trimestre.
“O aborto em estágio avançado da gestação é uma experiência profundamente dolorosa e complexa, tanto física quanto emocionalmente. Do ponto de vista fisiológico, mesmo sem o nascimento de um bebê vivo, o corpo da mulher pode iniciar a produção de leite materno, um processo conhecido como apojadura”, diz Alessandra.
“A apojadura é o processo natural de início da produção de leite materno após o parto. Geralmente ocorre entre o segundo e o quinto dia pós-parto, independentemente de o bebê ter nascido vivo ou não. Durante esse período, as mamas podem ficar inchadas, quentes e sensíveis, podendo ocorrer vazamento espontâneo de leite. Esse fenômeno é desencadeado pelas alterações hormonais que ocorrem após a saída da placenta, sinalizando ao corpo que é hora de produzir leite”, continua a especialista.
Em casos de aborto no terceiro trimestre como o ocorrido com Tati, esse processo, de acordo com a fisioterapeuta, não depende do estímulo de sucção do bebê para começar. “O colostro e, depois, o leite, são produzidos, e as mamas enchem — gerando desconforto físico e, muitas vezes, um sofrimento emocional imensurável. O corpo espera por um bebê que não virá. Esse processo pode ser emocionalmente desafiador, e traz à tona o luto pela perda do filho e a frustração de não poder amamenta-lo”, pontua.
A apojadura, nesses casos, se torna uma lembrança física da ausência, diz a especialista. “O leite que desce pode simbolizar, para muitas mães, o vínculo interrompido. Por isso, o apoio profissional nesse momento é tão importante”, fala Alessandra, acrescentando que a decisão de utilizar medicamentos para interromper a produção de leite deve ser tomada em conjunto com profissionais de saúde, considerando o bem-estar físico e emocional da mulher.
“Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para aliviar o desconforto e prevenir complicações como a mastite. Além disso, medidas como compressas frias, uso de sutiãs de sustentação e evitar estímulos nas mamas podem ajudar a reduzir a produção de leite de forma natural”, conclui.
‘CERCADA DE AMOR, CORAGEM E PROFUNDA DOR’
Tati Machado perdeu o bebê aos 8 meses de gestação. De acordo com a nota divulgada, a apresentadora estava com 33 semanas de uma gravidez saudável, seguiu para o hospital após notar a ausência de movimentos do filho.
Após passar por exames, os médicos constataram a parada dos batimentos cardíacos do bebê. A jornalista, então, passou por um trabalho de parto "cercado de amor, coragem e profunda dor".
A equipe da apresentadora ainda informou que ela está estável, sob cuidados, e pediu para que a privacidade de toda a família seja respeitada neste momento delicado.
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