Em entrevista à CARAS Brasil, o neurologista Matheus Trilico informa que a doença, diagnosticada em Carol Ribeiro, afeta aproximadamente 40 mil brasileiros
Publicado em 17/04/2025, às 17h10
A apresentadora Carol Ribeiro (44) surpreendeu seus seguidores ao revelar recentemente seu diagnóstico de esclerose múltipla. O anúncio, feito durante participação no programa Fantástico, da TV Globo, trouxe à tona uma condição neurológica ainda pouco compreendida pelo público geral. Em entrevista à CARAS Brasil, o neurologista Matheus Trilico informa que a doença afeta aproximadamente 40 mil brasileiros, mas muitos casos ainda permanecem subdiagnosticados.
Segundo o médico, a esclerose múltipla é uma doença autoimune crônica onde o sistema imunológico ataca erroneamente a mielina, uma substância gordurosa que envolve e protege as fibras nervosas no cérebro e medula espinhal. “Este ataque, conforme explica o neurologista, causa inflamação e formação de lesões em múltiplas áreas, prejudicando a transmissão de sinais nervosos”, destaca.
"Os sintomas descritos por Carol Ribeiro são bastante característicos da condição, embora a esclerose múltipla se manifeste de forma única em cada paciente", afirma Trilico, especialista no tratamento da doença. A apresentadora relatou sensação de calor intenso, ansiedade descontrolada, cansaço extremo e insônia prolongada.
"Estes sintomas ocorrem porque as lesões interrompem a comunicação normal entre o cérebro e o resto do corpo", pontua o neurologista, acrescentando que outros sintomas comuns incluem fadiga intensa, problemas de visão, dormência ou formigamento, dificuldades de equilíbrio e coordenação, rigidez muscular e alterações cognitivas.
De acordo com Trilico, a causa exata da esclerose múltipla permanece desconhecida, mas é uma combinação de fatores genéticos e ambientais. O neurologista ressalta que mulheres são duas a três vezes mais propensas a desenvolver a condição que homens, e o diagnóstico geralmente ocorre entre 20 e 40 anos, faixa etária em que Carol se encontra.
Embora não exista cura, informa o médico, para a esclerose múltipla há tratamentos hoje muito eficazes para gerenciar a doença. "Medicamentos modificadores da doença podem reduzir surtos e retardar a progressão, enquanto terapias complementares como fisioterapia, terapia ocupacional e apoio psicológico são fundamentais para manter a qualidade de vida", ressalta.
O neurologista é otimista quanto ao caso da apresentadora. "O diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento, que parecem ser o caso dela, são fatores muito positivos que podem contribuir significativamente para um bom prognóstico", avalia Trilico. “Ao compartilhar sua experiência, Carol Ribeiro presta um grande serviço de conscientização sobre a esclerose múltipla. Seu caso ilustra como sintomas inicialmente atribuídos a outras condições podem, na verdade, indicar problemas neurológicos mais complexos", emenda.
"A jornada de Carol com a esclerose múltipla está apenas começando, mas seu exemplo de coragem e transparência já serve de inspiração para milhares de brasileiros que enfrentam desafios semelhantes. Como ela mesma mencionou, é possível viver bem com a doença, especialmente com o acompanhamento médico adequado”, conclui o neurologista.
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