Em entrevista à CARAS Brasil, a psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani analisa a possibilidade de afastamento da cantora Alinne Rosa
Publicado em 27/06/2025, às 15h17
Na última quarta-feira, 26, Alinne Rosa surpreendeu seus seguidores ao compartilhar, por meio de um post no Instagram, momentos íntimos dos bastidores de sua vida, entre shows e gravações, com a legenda: "Coisas que nunca mostrei antes… Mesmo com tanta agonia. Ainda posso cantar".
Em entrevista à CARAS Brasil, a psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani analisa o histórico de saúde mental compartilhado por Alinne Rosa com seu público: "A fama, muitas vezes romantizada, pode ser um ambiente altamente desumanizador. A hiperexposição constante, a pressão para manter uma imagem pública, a falta de privacidade e o ritmo de trabalho exaustivo formam um terreno fértil para o surgimento ou agravamento de transtornos mentais — especialmente a depressão".
Alinne, por meio da gravação publicada no Instagram, mostrou a sua rotina de shows, principalmente durante a época do Carnaval deste ano, e relatou estar "cansada por dentro", razão pela qual agendou uma ligação com seu psiquiatra que aconselhou: "Desde cedo você aprendeu a lutar muito, mas a gente tem que ter a hora de recuar e descansar".
Em casos como o da cantora Alinne Rosa, uma agenda intensa de shows, viagens, e compromissos profissionais combinada à falta de rotina e momentos de descanso pode levar ao esgotamento físico e emocional, o que pode culminar em quadros depressivos. A solidão emocional também pode ser um fator contribuinte a sensação de falta de conexão humana, mesmo quando se está cercado de gente.
No vídeo, a cantora também compartilha uma experiência passada com uma médica que aconselhou o afastamento da sua carreira: "Quase que eu disse na cara dela: 'Cê tá louca? Isso é minha vida, eu não vou largar assim não".
Segundo Maria Fernanda Caliani, a recomendação de mudança de profissão não é uma solução mágica, a possibilidade de resgatar a autonomia e o autocuidado como prioridade e só deve ser considerada quando há indícios consistentes de que o ambiente ou a natureza do trabalho estão afetando diretamente a saúde mental do paciente de forma persistente.
"Essa orientação é feita com base em escuta clínica atenta e contínua, não por impulso", esclarece a psiquiatra. "O trabalho pode deixar de ser apenas uma fonte de estresse e se tornar um agente de adoecimento quando a pessoa se vê em um ciclo constante de exaustão emocional, sintomas ansiosos ou depressivos, distúrbios no sono e alimentação, perda de sentido e prazer na vida."
Para quem vive sem uma rotina do acaso, como a cantora Alinne Rosa, é fundamental construir pequenas âncoras emocionais e corporais, mesmo na instabilidade. A Dra. Maria Fernanda Caliani apresenta pilares essenciais para o bem-estar mental em meio à imprevisibilidade:
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