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TV / ENTREVISTA!

Rodrigo Ternevoy encarna personagem de drama real em série internacional: 'Peso ainda maior'

Em entrevista à CARAS Brasil, Rodrigo Ternevoy compartilha desafios de viver irmão de brasileiro assassinado por engano em Londres na nova série do Disney+

O ator Rodrigo Ternevoy - Divulgação/Studios 5
O ator Rodrigo Ternevoy - Divulgação/Studios 5

Em Caso Jean Charles: Um Brasileiro Morto por Engano, o ator Rodrigo Ternevoy (41) vive Giovani da Silva, irmão de Jean Charles de Menezes (1978-2005), brasileiro assassinado por engano no metro de Londres em 2005. A história que comoveu o Brasil e a Inglaterra já ganhou destaque em alguns projetos e agora retorna como produção inédita do Disney+. Em entrevista à CARAS Brasil, Rodrigo fala sobre encarnar o personagem de drama real na série internacional: "Peso ainda maior", declara.

Preparação

Rodrigo Ternevoy sabe o que é carregar uma história nas costas — e não apenas como ator, mas como cidadão brasileiro que vive fora do país há anos. Em Caso Jean Charles: Um Brasileiro Morto por Engano, nova série da plataforma Star/Disney+, ele interpreta Giovani da Silva, irmão do jovem brasileiro assassinado por engano pela polícia britânica em 2005.

A produção resgata um dos casos mais marcantes da história recente entre Brasil e Reino Unido, e para Rodrigo, viver esse papel significou muito mais do que uma atuação: “Foi um marco na minha carreira”, afirma. “Me senti profundamente honrado com a oportunidade de dar voz a uma história tão impactante.”

Na entrevista à CARAS Brasil, Rodrigo compartilha o que significou mergulhar em uma tragédia real. “Em uma tragédia dessa magnitude, é impossível não pensar na dor profunda que Giovani e toda a família enfrentaram — e continuam enfrentando — com a perda de Jean Charles. Desde o início, meu processo de preparação foi guiado pela empatia”, conta.

Ele estudou minuciosamente o caso, assistiu a entrevistas da família e buscou compreender o que não se explica: “Quis me conectar, de forma sincera e respeitosa, com o que aquela família viveu”. A série não trata apenas de uma história de injustiça, mas também de resiliência. Rodrigo lembra que o maior desafio foi lidar com a carga emocional. “Meu objetivo era ir além do sofrimento e mostrar também o lado humano, resiliente e combativo de Giovani, que precisou se manter firme como pilar para os seus”, afirma.

Grande responsabilidade

Gravar as cenas do funeral de Jean Charles foi, para o ator, o ponto mais delicado. “Foram dias intensos. Estávamos emocionalmente conectados a uma situação tão trágica… Exigiu muito da minha energia e do meu preparo emocional”, relembra. “Não era só uma interpretação — era uma responsabilidade. Estávamos contando uma história que ainda reverbera na memória do país.”

O papel na produção também resgatou em Rodrigo uma conexão profunda com sua brasilidade. Apesar de se tratar de uma produção britânica, ele enxerga o projeto como uma ponte entre sua trajetória como artista e suas raízes.

“Essa obra toca diretamente na minha identidade. A história de Jean Charles é a história de muitos brasileiros que saem do país buscando uma vida melhor e enfrentam injustiças. Participar dessa série foi uma forma de dar voz a uma história que ainda precisa ser ouvida, compreendida e discutida”, afirma.

Carreira no exterior

Morando fora do Brasil há anos, Rodrigo construiu uma trajetória sólida fora do eixo tradicional da dramaturgia brasileira. Seu papel mais duradouro foi na novela irlandesa Fair City, onde atuou por seis anos. “Foi uma experiência extremamente enriquecedora. Estar tanto tempo em um único projeto me deu a oportunidade de aprofundar o personagem e amadurecer como profissional”, diz.

A adaptação a uma nova cultura e língua não foi simples. “Um dos maiores obstáculos foi me adaptar a um novo mercado, com outra cultura, outra língua e formas de trabalhar diferentes. A barreira do idioma vai além da comunicação básica — envolve ritmo, nuances, emoção. Tive que me reinventar”, conta. Apesar disso, a experiência o fortaleceu.

“Aprendi a confiar no meu trabalho e a me orgulhar da minha trajetória. Hoje vejo minha identidade brasileira não como uma barreira, mas como uma força". Mesmo com o sucesso internacional, Rodrigo faz questão de reafirmar suas raízes: “O Brasil sempre será o meu verdadeiro lar. Como dizem, a gente pode sair do Brasil, mas o Brasil nunca sai da gente.”

Novos projetos

Rodrigo segue com uma agenda cheia para 2025. Entre os projetos, ele estrela His, House, Home, um curta dramático no qual interpreta Hermes, cuidador que transforma a vida de um paciente com esclerose múltipla e seu filho: “É um drama intimista, humano, que me tocou muito”, antecipa.

Já na série natalina The 12 Dates of Christmas, ele mostra seu lado mais leve. “É uma comédia romântica da Hallmark estrelada pela Mae Whitman. Minha participação é pequena, mas divertida — daquelas que deixam uma marca pelo bom humor.”

Além das produções internacionais, ele também celebra seu retorno às telas brasileiras com o longa O Velho Fusca, que conta com nomes como Tonico Pereira (76), Danton Mello (49), Cleo Pires (42) e Christian Malheiros (25). “Foi uma alegria enorme filmar no Brasil e atuar em português com um elenco incrível. Isso reacendeu meu desejo de participar de mais produções brasileiras”, declara.

Apesar da carreira consolidada no exterior, Rodrigo não fecha portas para o Brasil. Pelo contrário: faz questão de mantê-las abertas. “Tenho muito interesse e vontade de trabalhar mais no Brasil. Meu foco é continuar crescendo como ator, seja aqui ou fora — o que importa é estar envolvido em projetos que me desafiem e contem histórias que merecem ser ouvidas. Se forem brasileiras, melhor ainda. Casa é sempre casa", conclui.

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