A atriz Leandra Leal fez desabafo sobre os filhos e a CARAS Brasil conversou com uma psicóloga sobre o caso, comum na vida de muitas mulheres; veja
Publicado em 08/05/2025, às 12h45
Leandra Leal abriu o coração e trouxe à tona um assunto pouco falado, mas comum na vida de muitas mulheres: a solidão no puerpério. Mesmo com uma rede de apoio sólida, a atriz, mãe de Damião, de 8 meses, e de Júlia, de 10 anos, revelou que a experiência da maternidade pode ser profundamente solitária e emocionalmente desafiadora.
A psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, em entrevista à CARAS Brasil, analisou o relato de Leandra Leal e destacou como esse sentimento é recorrente entre as mães, mesmo quando há presença ativa de parceiros e familiares.
"Muitas mulheres no puerpério têm uma boa rede de apoio, mas ainda assim sentem-se sozinhas. Isso ocorre porque, por mais que haja afeto ao redor, existem demandas que só a mãe pode cumprir — como amamentar ou acalmar o bebê. Essas tarefas surgem quando ela quer dormir, tomar banho ou apenas descansar. É uma carga mental constante", explicou.
Segundo a especialista, a mulher também sente o peso de ver sua vida social limitada, enquanto todos ao seu redor seguem suas rotinas. "Ela vai à academia e já ouve: 'Com quem ficou o bebê?', 'Você teve coragem de deixá-lo com o pai?'. Mesmo fora de casa, continua preocupada: será que ele está chorando? Está bem alimentado? Essa sobrecarga emocional e física ainda recai, em grande parte, sobre a mãe."
O desabafo de Leandra também mencionou um mergulho interno em sua própria história e referências familiares. A psicologia perinatal entende isso como um processo natural e muitas vezes inevitável.
"Na psicologia perinatal, a forma como essa mulher foi filha impacta diretamente a forma como ela é mãe. Desde cedo, internalizamos modelos maternos — sejam positivos ou negativos. Isso define nossos desejos: ser como a mãe ou fazer tudo diferente dela. Quando a maternidade chega, essa bagagem vem à tona", detalhou Rafaela.
Por isso, segundo a profissional, é essencial que a nova mãe entenda seus vínculos do passado: "É preciso olhar para o relacionamento que ela teve com pais, avós ou figuras parentais. Essas memórias emocionais ressurgem e influenciam o modo como ela se conecta com o bebê."
O sentimento de solidão emocional durante o puerpério pode ir além do desconforto, ele pode impactar seriamente a saúde mental.
"Essa solidão pode causar estresse, ansiedade e até depressão. Se a mulher já tiver predisposição, o puerpério pode ser um gatilho. A psicologia perinatal entra nesse momento com a psicoterapia, ajudando a mulher a entender sua história, nomear seus sentimentos e buscar equilíbrio", afirmou Rafaela.
De acordo com a psicóloga, quando há acompanhamento, é possível evitar que essa solidão afete o vínculo mãe e bebê. "Quando a mulher conhece melhor sua própria trajetória, ela consegue lidar com frustrações e se conectar de forma mais saudável com o filho. Sem esse cuidado, as emoções podem se acumular e gerar transtornos mais graves a longo prazo", completou.
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Leandra Leal é atriz, cantora, autora, diretora e produtora. Filha da atriz Angela Leal e do advogado Júlio Braz. Ela iniciou sua carreira ainda criança e se destacou em novelas como O Cravo e a Rosa e Cheias de Charme.
Foi casada com o cantor José Paes de Lira entre 2003 e 2010 e com o gestor cultural Alê Youssef entre 2010 e 2018, com quem tem uma filha, Julia. Desde 2018 está em um relacionamento com cineasta Guilherme Burgos, com quem se casou em dezembro de 2023 e têm um filho, Damião, de 8 meses.
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