O Padre Fábio de Melo abriu o coração e desabafou sobre sua luta contra a depressão e a morte de sua mãe, Ana Maria de Melo
Publicado em 08/05/2025, às 12h00
O Padre Fábio de Melo abriu o coração e desabafou sobre sua luta contra a depressão durante partipação no Mais Você nesta quinta-feira, 8. No papo com a apresentadora Ana Maria Braga, ele se emocionou a falar sobre a doença e a morte de sua mãe, Ana Maria de Melo, que faleceu em 2021 em decorrência da COVID-19.
Ele começou contando como está sua saúde atualmente. "Hoje estou bem, graças a Deus. [...] Fui um menino muito triste, melancólico, às vezes sombrio e era um traço da minha personalidade com o qual eu convivi durante muito tempo até perceber que tinha nome, que existe um linear", contou.
E ele contou que em certo momento da sua vida percebeu que a tristeza não era parte de sua personalidade, mas uma doença. "A personalidade não é uma doença, personalidade é uma riqueza. A dimensão melancólica sombria me tornou escritor, me tornou compositor. Acho que boa parte do que atrai as pessoas no que eu faço vem da dimensão sombria da minha personalidade, que está muito ligada a minha forma de ver o mundo e as pessoas. Mas um determinado momento eu descobri que aquilo era doença, que era quando retirava minha vontade de viver", detalhou ele.
E ele descreveu agosto de 2024 como o momento em que viveu a pior fase da depressão, e atribui o quadro à dificuldade de processar suas dores no tempo necessário. "Às vezes eu acho que a gente não vive as coisas como a gente precisa viver. A gente não sofre o tanto que tem que sofrer. A gente vai vivendo como se a vida não nos permitisse a oportunidade de viver até o fim daquela situação. Acho que a gente não tem tempo para o luto, a gente não tem tempo para o fim de um relacionamento, a gente não tem tempo porque nós nos condicionamos a uma pressa para a qual a nossa alma não está preparada".
Durante a conversa, o religioso revelou que não pôde acompanhar a mãe no hospital por questões de segurança. Emocionado, ele relembrou a última vez em que conversou com ela por chamada de vídeo, já quando seu estado de saúde era delicado.
"Quando colocou ela no vídeo, que ela me viu, esqueceu a dor dela. Ela quis me acalmar. Eu vi que ela ficava ofegante fingindo que não estava. Eu falei 'mãe, a senhora vai dormir um pouquinho que a senhora está muito cansada', e acho que ela sabia que não voltaria. Ela disse assim, 'sim, eu estou muito cansada, Fabinho, mas daqui a pouco eu estou de volta'. E essa foi a última vez. Depois eu recebi um corpo lacrado", lamentou.
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