Mingau foi baleado na cabeça em setembro de 2023 durante passagem por Paraty (RJ)
Publicado em 04/06/2025, às 18h59
O baixista do Ultraje a Rigor, Rinaldo Oliveira Amaral, mais conhecido como Mingau (57), passou por um novo procedimento com foco principal no tratamento da pressão intracraniana. Em setembro de 2023, ele foi baleado na cabeça durante uma passagem por Paraty (RJ).
Na época, o artista ficou em estado gravíssimo. Quase dois anos depois, ele continua sendo acompanhado por uma equipe médica. Nesta quarta-feira, 4, por exemplo, iniciou uma nova etapa do tratamento, voltada à recuperação dos movimentos.
CARAS Brasil entrevistou o Dr. Wandyk Alisson, médico e especialista em medicina integrativa, que explicou detalhes sobre a condição clínica enfrentada pelo ex-integrante do The Noite. "A hipertensão intracraniana é um sinal de alerta neurológico grave", alerta o especialista.
Segundo ele, a cirurgia para redução da pressão intracraniana é indicada em casos graves ou refratários. Isso quer dizer, quando o tratamento clínico não é suficiente ou quando a pressão coloca em risco a vida ou as funções neurológicas do paciente. “Os principais procedimentos cirúrgicos incluem craniotomia ou craniectomia descompressiva”, afirma.
“A craniectomia, por exemplo, é indicada em casos de traumatismo cranioencefálico (TCE) grave, hemorragia cerebral, AVC isquêmico extenso (‘AVC maligno’), tumores com efeito de massa ou hidrocefalia com hipertensão intracraniana refratária. Com base nas diretrizes da Brain Trauma Foundation (2016), o procedimento é indicado quando a PIC (pressão intracraniana) se mantém acima de 25 mmHg por mais de uma hora, sem resposta ao tratamento clínico otimizado. Outro procedimento comum é a colocação de cateter ventricular (drenagem ventricular externa), usado tanto para medir quanto para drenar o líquor, especialmente em casos de hidrocefalia aguda", explica.
Na época do incidente, a equipe médica que atendeu Mingau informou, em atualizações sobre seu quadro, que o músico recebeu antibióticos, anticonvulsivantes e medidas específicas para controlar o aumento da pressão intracraniana. O tratamento também incluiu cuidados com o edema cerebral.
Wandyk destaca que o tratamento clínico é sempre a primeira linha de abordagem, quando possível. "Entre as condutas clínicas, estão: cabeceira elevada a 30° para favorecer a drenagem venosa, sedação e analgesia com medicamentos como midazolam e propofol para reduzir estímulos nociceptivos, além do uso de manitol ou solução hipertônica para desidratar o cérebro e reduzir o edema. Por fim, pode-se recorrer à hiperventilação controlada temporária, que reduz os níveis de CO₂, causando vasoconstrição cerebral e alívio temporário da pressão", conclui o médico.
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