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Médica analisa ex-jogador Lúcio após acidente: 'Melhorar a qualidade de vida'

Após queimaduras graves, Lúcio passa por cirurgias e médica explica tratamento e impacto das lesões do ex-jogador da Seleção

Dra. Heloise Manfrim e Gabriela Cunha
por Dra. Heloise Manfrim e Gabriela Cunha

Publicado em 23/05/2025, às 10h30

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Ex-jogador Lúcio sofre acidente doméstico - Reprodução/Instagram
Ex-jogador Lúcio sofre acidente doméstico - Reprodução/Instagram

Internado após um acidente doméstico, o ex-jogador Lúcio, de 47 anos, passou por momentos delicados. Ídolo da Seleção Brasileira, ele sofreu queimaduras em 18% do corpo após a explosão de uma lareira ecológica. Segundo sua equipe, ele já foi submetido a duas cirurgias e segue em tratamento hospitalar, com quadro de saúde estável.

Mas o que acontece com o corpo após um acidente assim? A cirurgiã plástica Heloise Manfrim, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da BAPS e da Associação Brasileira de Lipedema (ABL), explicou os principais cuidados em casos como o de Lúcio em entrevista à CARAS Brasil.

Quando a cirurgia plástica é realmente necessária em casos de queimaduras?

Segundo a especialista, nem toda queimadura exige cirurgia, mas em casos mais profundos, esse passo pode ser inevitável.

"Existem algumas estratégias para a gente pensar em cirurgia. Obviamente, cirurgia não é o caminho inicial, sempre o tratamento clínico é o mais importante, com curativos. Mas, dependendo da profundidade da queimadura, a cirurgia vai ser imprescindível", explicou.

Ela detalha que, quando as camadas mais profundas da pele são afetadas, pode ser preciso usar equipamentos como dermátomos para remover e recuperar os tecidos, mesmo que isso gere cicatrizes. "Em casos de queimaduras mais profundas, vai ser necessário retirar tecidos por completo, deixando cicatrizes maiores, mas que permitem corrigir os efeitos sobre a pele", completou.

Que avanços têm ajudado na recuperação de queimaduras graves?

Nos últimos anos, novas técnicas têm melhorado o tratamento desses pacientes. Heloise destaca o uso da pele do próprio paciente, retalhos de áreas adjacentes e até gordura como agentes de regeneração.

"A gordura também tem sido utilizada bastante, com essa característica regenerativa, para poder tratar a pele que foi lesada, tanto a que já cicatrizou quanto a que está em processo de cicatrização", afirmou.

Outra inovação é o uso de curativos biológicos, como o de pele de peixe, que ajuda a proteger a região queimada contra infecções externas. "Eles não são usados para revestir, mas para cobrir, com o objetivo de proteger contra a contaminação externa", acrescentou.

As cicatrizes podem afetar a mobilidade e autoestima?

Segundo a médica, as cicatrizes são uma das maiores preocupações no processo de recuperação de um paciente nesses casos. Áreas como articulações são mais sensíveis, e a atuação precoce é essencial.

"A recuperação de queimaduras pode sim deixar cicatrizes e impactar a mobilidade, principalmente se a queimadura for profunda e em áreas de dobras, como as articulações. Quando a queimadura acontece nessas áreas, o cirurgião já precisa se atentar para corrigir o quanto antes, a fim de evitar problemas como anquilose e perda de mobilidade articular", afirmou.

A cirurgia plástica, nesse contexto, é uma aliada de longo prazo. "A cirurgia plástica vem justamente para melhorar a qualidade de vida desses pacientes a médio e longo prazo", reforçou a especialista.

Ela também ressaltou a importância do uso de modeladores durante a cicatrização e de cremes específicos para suavizar as marcas. "O acompanhamento a médio e longo prazo é fundamental também", concluiu.

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