Em entrevista à CARAS Brasil, a fisioterapeuta Alessandra Paula, especialista em aleitamento materno, relembra ato generoso de Giovanna Ewbank que comoveu os fãs
Publicado em 11/05/2025, às 18h20
A atriz e apresentadora Giovanna Ewbank (38) emocionou seus fãs e seguidores nas redes sociais ao revelar que doou leite materno para um banco de leite humano após dar à Zyan, que hoje tem com 4 anos de idade. A atitude, além de generosa, reacende uma pauta essencial, mas muitas vezes esquecida: a importância da doação de leite materno para salvar a vida de milhares de recém-nascidos no Brasil.
De acordo com a fisioterapeuta Alessandra Paula, especialista em aleitamento materno e cuidados com recém-nascidos, o leite materno é um alimento insubstituível, especialmente para recém-nascidos prematuros e internados em UTIs neonatais.
“No entanto, nem todas as mães conseguem produzir o leite necessário por questões de saúde, produção insuficiente ou ausência temporária. Nesses casos, o leite doado é fundamental. “Quando uma mulher como a Giovanna, com grande visibilidade, fala sobre isso, ela quebra tabus e informa”, diz Alessandra. “Muitas mães têm excedente de leite, mas não sabem que podem doar”, pontua.
Segundo dados da Fiocruz, um litro de leite humano pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. E o mais impressionante, de acordo com a especialista: o Brasil possui a maior rede de bancos de leite humano do mundo, com mais de 200 unidades. Mesmo assim, a demanda ainda é alta, especialmente nos meses mais frios do ano, quando as doações caem.
O leite doado passa por um rigoroso processo de seleção, pasteurização e controle de qualidade, garantindo segurança para os bebês que o recebem. Ele é destinado, prioritariamente, aos bebês prematuros e de baixo peso que estão internados.
“Toda mulher saudável, que esteja amamentando e tenha excedente de leite, pode doar. Basta procurar o banco de leite mais próximo. Muitas unidades oferecem, inclusive, a coleta em domicílio, com todo o material necessário e orientações de higiene”, fala a fisioterapeuta. “Não é preciso produzir grandes quantidades, qualquer volume é valioso”, emenda.
Para a especialista, o gesto de Giovanna Ewbank mostra como pequenas ações podem inspirar grandes movimentos. “Ao falar abertamente sobre amamentação e doação, ela contribuiu para desmistificar o processo e encorajar outras mulheres a fazerem o mesmo. Em um país com tanto potencial de solidariedade e uma estrutura pública exemplar, o que falta, muitas vezes, é apenas informação e incentivo”, conclui.
‘REDE DE AMOR’
Giovanna Ewbank resolveu doar leite materno excedente para ajudar a salvar vidas de bebês pelo mundo, após o nascimento de Zyan. Em publicação nas redes sociais em 2020, ela contou mais sobre o procedimento que ela chamou de “rede de amor”. “Descobri que podemos doar o excedente do nosso leite materno, e que qualquer quantidade por menor que seja, pode ajudar a salvar vidas de bebês prematuros. Isso mexeu muito comigo, e me fez querer ajudar esse bebês e suas mães”, contou.
De acordo com famosa, o banco de leite já teria captado na época mais de 500 litros de leite materno e ajudado 350 bebês. “Eu fico tão feliz em saber que faço parte disso, eu sou uma das mães que doa amor e leite materno”, publicou. Além de Zyan, Giovanna e o marido, Bruno Gagliasso (43), são pais de Titi (11), e Bless (10).
Leia também:Especialista lista cinco principais desafios no início da amamentação após relato de Lucy Ramos