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Bem-estar e Saúde / Saiba mais!

Especialista avalia pós-parto difícil de Brunna Gonçalves: 'Não é normal'

Após relato de Brunna Gonçalves sobre pós-parto complicado, a CARAS Brasil conversou com uma especialista que analisou a situação

Dra. Alessandra Paula e Gabriela Cunha
por Dra. Alessandra Paula e Gabriela Cunha

Publicado em 29/05/2025, às 14h25

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Brunna Gonçalves e Ludmilla são mães de Zuri - Reprodução/Instagram
Brunna Gonçalves e Ludmilla são mães de Zuri - Reprodução/Instagram

Brunna Gonçalves emocionou ao compartilhar os desafios que enfrentou no pós-parto da pequenaZuri, sua filha com Ludmilla. A dançarina falou sobre dores, exaustão e até um episódio envolvendo vazamento de leite. Mas por trás do tom bem-humorado, o relato expôs questões sérias sobre amamentação e os cuidados com o recém-nascido que muitas mães enfrentam em silêncio.

Para entender melhor o que está por trás do desabafo de Brunna, a CARAS Brasil conversou com a fisioterapeuta Alessandra Paula, especialista em aleitamento materno e cuidados com o recém-nascido.

"Quando uma figura pública compartilha sua experiência na maternidade, ela acaba, sem querer, refletindo a realidade de muitas mulheres. Foi o que aconteceu com Bruna Gonçalves, que recentemente relatou dificuldades na amamentação: seios esfolados, sutiã constantemente molhado, bebê puxando o peito como “chiclete” e uma enorme exaustão no processo", aponta Alessandra.

A especialista destaca que, embora o relato seja importante para dar visibilidade à vivência materna, ele também escancara a falta de preparo e de informação adequada que muitas mulheres enfrentam ao iniciar a amamentação.

"Alerta importante: o peito esfolado não é normal e nunca deve ser visto como “parte do processo”. É sinal de que o bebê não está abocanhando corretamente a aréola, mordendo ou sugando de forma superficial, por inabilidade da mãe ou dificuldade do bebê, o que gera dor, lesões e compromete a extração eficiente do leite", explica a fisioterapeuta.

Vazamento de leite é comum ou preocupante?

Outro ponto levantado por Brunna foi o vazamento excessivo de leite, que a fez usar sutiãs constantemente encharcados. Segundo Alessandra, isso pode ser um problema: "O sutiã constantemente molhado, além de desconfortável, é um convite para a candidíase mamária e mastite. Já que quando há vazamento excessivo de leite, representa drenagem inadequada. Porque além de mamadas efetivas, no início, pode ser necessário esvaziamento completo das mamas, com o uso, por exemplo, de um coletor de silicone, facilmente encontrado em farmácias."

Brunna também contou que sua filha fazia o peito de 'chiclete'. Para Alessandra, essa imagem traduz um problema comum: "Quando Bruna relata que o bebê fica fazendo o peito de chiclete, isso indica claramente uma sucção ineficaz. O bebê “masca” o bico em vez de sugar corretamente. Isso, além de causar dor na mãe, impede que o bebê retire o leite de forma adequada, levando a mamadas longas, frustrantes e pouco nutritivas."

Recém-nascido faz manha?

Em tom de desabafo, Brunna também disse que Zuri estava 'manhosa'. A especialista faz questão de corrigir essa ideia: "Outro ponto preocupante na fala de Bruna é quando ela diz que o bebê está “manhoso”. É essencial esclarecer: recém-nascidos não fazem manha. O choro é a única forma de comunicação que eles possuem."

Alessandra detalha que o bebê chora por necessidades reais: fome, frio, calor, desconforto ou simplesmente por estarem assustados com o novo ambiente: "Eles precisam de colo, aconchego e regulação emocional através da presença da mãe e do contato pele a pele. O colo não vicia. O colo é necessidade básica de um recém-nascido."

"Quando o bebê tem mamadas ineficientes durante o dia, ou seja, mama pouco, com pega ruim, sugando mal, ele tende a acordar mais à noite, mais irritado, mais agitado e com mais necessidade de sucção", explica a fisioterapeuta.

Por outro lado, mamadas eficazes impactam diretamente o descanso noturno da mãe e do bebê: "Ao contrário, bebês que mamam bem durante o dia, de forma efetiva, drenando bem os seios, costumam ter mais períodos de sono tranquilo à noite. Portanto, investir no manejo correto da amamentação não é apenas garantir nutrição, mas também qualidade de sono, tanto para o bebê quanto para a mãe."

Qual é o papel da rede de apoio nesse processo?

Para Alessandra, o desabafo da dançarina é mais do que pessoal: é um alerta social: "O relato de Bruna é, na verdade, um grito coletivo de muitas mulheres que entram na maternidade sem preparo, sem rede de apoio e sem informação de qualidade. E isso não é culpa da mãe. É reflexo de uma sociedade que romantiza a maternidade, mas não educa, não prepara e não sustenta essa mulher no momento mais delicado da vida dela."

Ela conclui com um apelo: "Que possamos usar esse episódio para abrir conversas, quebrar tabus e, principalmente, garantir que cada vez mais mães tenham acesso à informação, apoio e acolhimento."

Leia também: Brunna Gonçalves exibe detalhes do quarto da filha, Zuri, com Ludmilla

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