CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Bem-estar e Saúde / Saiba mais!

Casos de Micheli e Tati Machado podem ser evitados? Médica aponta sinais de urgência

Em conversa com a CARAS Brasil, médica detalha sinais que indicam risco de perda gestacional no final da gravidez, como nos casos de Tati e Micheli Machado

Dra. Ana Paula Mondragón e Gabriela Cunha
por Dra. Ana Paula Mondragón e Gabriela Cunha

Publicado em 15/05/2025, às 13h05 - Atualizado às 13h10

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Tati Machado e Micheli Machado perderam seus bebês na reta final da gestação - Reprodução/Instagram/Quem/Gshow
Tati Machado e Micheli Machado perderam seus bebês na reta final da gestação - Reprodução/Instagram/Quem/Gshow

A perda de um bebê na reta final da gestação é uma dor devastadora e, infelizmente, mais comum do que se imagina. Foi o que viveram recentemente a apresentadora Tati Machado, que estava com 8 meses de gestação, e a atriz Micheli Machado, que esperava seu bebê já no nono mês. Ambas relataram o mesmo sintoma antes da tragédia: a ausência de movimentos do bebê.

Mas como identificar os sinais de alerta para uma perda gestacional tardia? E o que fazer imediatamente ao notar algo fora do comum? A ginecologista Ana Paula Mondragón conversou com a CARAS Brasil e esclareceu o que pode causar esse tipo de perda, como se prevenir e qual deve ser a reação imediata das mães.

É possível perder o bebê mesmo com pré-natal adequado?

Embora o pré-natal seja essencial, ele não garante 100% de segurança. Segundo a médica: "O óbito intrauterino pode ocorrer em qualquer momento da gestação, inclusive nas últimas semanas, mesmo sendo algo raro e mesmo em gestantes de baixo risco que realizam acompanhamento pré-natal adequado."

Ela explica que, em muitos casos, não há causa evidente: "Em uma parte dos casos não existe uma causa evidente, o que torna o processo de aceitação ainda mais doloroso para os pais."

Quais fatores podem levar à morte fetal tardia?

A médica aponta que os fatores de risco são divididos em três grupos: maternos, fetais e placentários/cordão. Confira:

Causas maternas:

  • Hipertensão arterial crônica / Pré-eclâmpsia / Eclâmpsia
  • Diabetes não controlado
  • Trombofilias
  • Infecções (como sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus)
  • Doenças autoimunes
  • Obesidade
  • Uso de álcool, cigarro e drogas
  • Traumas ou acidentes

Causas fetais:

  • Malformações
  • Cromossomopatias
  • Infecções congênitas (TORCH)
  • Anemia fetal severa
  • Crescimento intrauterino restrito

Causas placentárias/cordão:

  • Descolamento da placenta
  • Insuficiência placentária
  • Infartos e tromboses
  • Compressão ou nó do cordão
  • Prolapso de cordão
  • Ruptura de vasa prévia
  • Corioamnionite (infecção das membranas)

A falta de movimentos do bebê é sempre sinal de alerta?

Segundo Mondragón, a falta de movimentos do bebê é um dos principais sinais de urgência: "A ausência, assim como a redução dos movimentos fetais, é um sinal de alerta importante e deve ser levada a sério imediatamente. A percepção dos movimentos fetais, chamada de “mobilograma” é uma ferramenta simples, eficaz e acessível de vigilância da saúde fetal."

Ela orienta o seguinte protocolo para as gestantes: "Ao perceber diminuição ou ausência de movimentos fetais, a gestante deve inicialmente se alimentar, movimentar a barriga com as mãos e deitar-se preferencialmente do lado esquerdo ou sentar-se com ambas as mãos espalmadas sobre a barriga durante 1 hora. Se a gestante conseguir registrar seis movimentos em uma hora, não é necessário continuar e o resultado do exame foi satisfatório. Caso contrário, a contagem deve ser novamente realizada e, se na próxima hora não sentir seis movimentos, a mesma deve procurar imediatamente o serviço de emergência para ser avaliada e realizar ultrassonografia."

Existem formas de prever esse tipo de perda?

Para a médica, a resposta é: em parte. Alguns exames ajudam a identificar gestantes com maior risco. Entre eles estão:

"A ultrassonografia com doppler, o perfil biofísico fetal, a cardiotocografia e a avaliação dos movimentos fetais. A prevenção é um bom pré-natal com identificação de fatores de risco individuais e um estilo de vida saudável", explica.

Por que é tão importante falar sobre perdas gestacionais tardias?

Esse tipo de perda ainda é visto como algo distante, quase um tabu. Mas a médica alerta: "É importante que o público compreenda que as perdas gestacionais, mesmo as tardias, não são eventos tão raros quanto se imagina e, sendo assim, não devem ser tratadas como tabu. Elas ocorrem mesmo em gestantes saudáveis e com pré-natal adequado. O silêncio em torno do tema contribui para a desinformação e o isolamento das mulheres que passam por essa dor."

Leia também: Talitha Morete chora ao vivo no Mais Você ao falar de Tati Machado: ‘De tirar o chão’

OSZAR »