CANTORA FOI INTERNADA EM 2019

Médico explica diagnóstico e internação de Ludmilla: 'Múltiplos fatores'

Ludmilla foi internada em 2019 e precisou cancelar show após receber diagnóstico

Dr. Guilherme Henrique Porceban

por Dr. Guilherme Henrique Porceban

Publicado em 23/05/2025, às 14h19 - Atualizado em 24/05/2025, às 13h01

Cantora foi internada com quadro de hérnia de disco - Foto: Reprodução/Instagram

A cantora Ludmilla (30) foi internada em Cruzeiro, interior de São Paulo, onde faria um show, em maio de 2019, com quadro de hérnia de disco. A artista foi transferida para um hospital no Rio de Janeiro e seguiu com o tratamento da doença degenerativa que afeta os discos intervertebrais. 

Na época, a intérprete foi diagnosticada com três hérnias de disco, o que a impossibilitou de andar. Ela precisou tomar medicação e fazer sessões de fisioterapia para conseguir retomar sua vida nos palcos com qualidade. 

Para entender o quadro de Ludmilla, CARAS Brasil entrevista o Dr. Guilherme Henrique Porceban, ortopedista especializado em cirurgia da coluna. Para o especialista, a situação enfrentada pela compositora pode ter origem hereditária. 

"Raramente a hérnia de disco se desenvolve em virtude de apenas um fator. Na prática, o que ocorre é a associação de múltiplos fatores, tanto genéticos quanto ambientais (relacionados a hábitos e estilo de vida) que interagem entre si e predispõem o acometimento do disco. Considerando a cantora Ludmilla, que é jovem, a presença de três hérnias de disco sugere que há possivelmente fatores intrínsecos, geralmente hereditários, que aumentam o risco", explica. 

"As principais causas para o desenvolvimento de hérnias, sejam únicas ou múltiplas, incluem: (1) degeneração progressiva do disco com a idade — à medida que envelhecemos, os discos intervertebrais perdem água e elasticidade, tornando-se mais propensos a rupturas; (2) fatores genéticos e hereditários — há uma predisposição familiar para problemas discais; e (3) hábitos e estilo de vida", complementa.

Segundo o médico, os hábitos como sedentarismo, que enfraquece a musculatura de suporte da coluna; tabagismo, que compromete a vascularização dos discos e acelera sua degeneração; sobrepeso ou obesidade, que aumentam a carga sobre os discos; além de atividades laborais que envolvem carregar peso de forma inadequada, exposição a vibrações constantes ou movimentos repetitivos de flexão e torção da coluna são alguns dos fatores principais para o diagnóstico.

"Em artistas como Ludmilla, por exemplo, a dança intensa e os movimentos de palco podem ser fatores contribuintes", diz Porceban. 

Como é feito o tratamento?

O tratamento da hérnia de disco visa aliviar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a função do paciente. Na grande maioria dos casos, o tratamento é conservador, ou seja, não cirúrgico. As principais abordagens incluem:

"A cirurgia é reservada para uma minoria dos casos, geralmente quando não há uma resposta satisfatória ao tratamento não cirúrgico depois de 12 semanas do mesmo ou quando há perda de força e sensibilidade significativa desde o aparecimento do quadro", finaliza o médico.   

Dr. Guilherme Henrique Porceban

Dr. Guilherme Henrique Porceban (CRM: 169162-SP) é médico pela Universidade de São Paulo (USP)  com residência em Ortopedia e Traumatologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, especialização em cirurgia de coluna, com mestrado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atua como preceptor na UNIFESP e integra o corpo clínico dos hospitais HCor, Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio-Libanês com interesses de pesquisa na área de aplicação de inteligência artificial generativa na medicina.  

Ludmilla ludmilla

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